11°C 25°C
Bataguassu, MS
Publicidade

Mãe garante que sequência de erros matou a filha de 6 anos em hospital de Três Lagoas

A mulher relata que depois de chegar ao hospital a filha apresentou uma piora rapidamente

20/07/2024 às 11h29
Por: Redação Cenário MS Fonte: Campo Grande News
Compartilhe:
 Hospital Regional de Três Lagoas onde a criança foi a óbito
Hospital Regional de Três Lagoas onde a criança foi a óbito

Uma mãe usou as redes sociais para denunciar que sequência de erros médicos levou a filha dela, de apenas seis anos, à morte. "A minha princesa só tinha seis anos. Tirou a coisa mais preciosa da minha vida", desabafou Jéssica Oliveira, de 32 anos. Ela procurou a delegacia de Três Lagoas, onde o caso foi registrado como morte a esclarecer.

No boletim de ocorrência, Jéssica relata que a filha estava vomitando e então decidiu levá-la para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). A vítima fez exames de sangue e urina naquela unidade. Na sequência, ao olhar os exames, o médico disse que a criança estava desidratada e com uma "alteração no sangue". Então, prescreveu medicação e encaminhou a vítima ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.

Acompanhada da mãe, a criança seguiu de ambulância para a unidade, onde foi medicada com soro e nebulização. Também foi feito um raio-x do pulmão e, na sequência, mais uma transferência, porque não havia vagas no Auxiliadora. Dessa vez, a menina foi encaminhada ao Hospital Regional, onde deu entrada no dia 16 de julho.

No Regional, a mãe foi colocada em uma sala e entrevistada por uma médica, que perguntou sobre os sintomas da criança. Então, Jéssica respondeu que a filha estava vomitando, com diarreia, dor na garganta, e a barriga doendo. A médica questionou se a menina tinha alergia a Amoxicilina e outra medicação que Jéssica não se recorda o nome. Em resposta, a mãe disse que a filha nunca havia tomado ambos os medicamentos e que quando a vitima tinha dor de garganta, a medicava com Ibuprofeno.

Continua após a publicidade

Mais uma vez, foram solicitados exames de sangue e urina. Em seguida, a menina recebeu medicação na veia e pediu comida para a mãe. Como a filha não se alimentava direito havia dois dias, a mãe perguntou para a médica se poderia dar algo, tendo resposta negativa, porque a menina estava sendo medicada.

Mas, as dores na barriga continuavam. Algum tempo depois, uma enfermeira deu outra medicação e informou para Jéssica que causaria "coceiras na parte genital". Neste momento, o braço da menina estava "vermelho e empolado", relatou a mãe. A enfermeira, então, chamou a médica.

Depois dessa medicação, a mãe conta que a criança passou a ficar bastante agitada. Segundo o boletim de ocorrência, a médica chegou na sala e pediu que a mãe fosse até um corredor, porque iria fazer um pequeno procedimento na menina. Do corredor, a mãe contou que percebeu grande movimentação de profissionais de saúde até o quarto da filha e escutou um grito da menina.

Preocupada com o que estava ocorrendo, a mãe foi informada por uma médica que a filha estava em estado grave. "Estranhei a piora, porque minha filha saiu do UPA e do Hospital Auxiliadora bem, e após a medicação no Hospital Regional piorou de forma rápida", disse.

Ainda mais preocupada, a mulher pediu para ver a filha, porém teve resposta negativa da equipe médica. Só após cerca de oito horas, a mãe foi autorizada a ir na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde percebeu que a filha estava inchada e intubada.

Jéssica conta que outra médica a abordou e questionou se a criança havia caído, tendo em vista que o braço e o pulmão estavam inchados. A profissional também disse que havia perfuração e bastante ar no pulmão, e que a criança ficaria com sequelas. Mais uma vez, a mãe respondeu que a filha não havia caído e que na UPA ela estava bem.

Segundo a mãe, pouco tempo depois, um médico que se identificou como pediatra foi até a paciente e fez duas novas perfurações, sendo uma no pescoço e outra na região da costela. Na sequência, deixou o local. Jéssica relata que decidiu ir buscar alguns pertences, quando foi abordada pelas assistentes sociais do hospital e aconselhada a ir para casa. A mãe disse que enquanto a filha estivesse internada ela permaneceria ali.

Quando retornou, Jéssica foi impedida de entrar na UTI, pois estava sendo feito procedimento em outra criança. A mãe, então, disse que foi encaminhada a uma sala onde estava um psicólogo e mais duas assistentes sociais. O psicólogo perguntou o que de fato havia acontecido com a paciente, tendo como resposta que a criança estava com dor de garganta, vomito e dor na barriga.

Novamente, a mãe foi questionada se a filha tinha problemas de saúde. Ao responder que não, duas profissionais entraram na sala, uma delas médica, dizendo que a criança teve paradas cardíacas e morreu.

Na delegacia, a mãe esclareceu que a filha nunca teve problemas de saúde e era acompanhada pelo posto do Bairro São Carlos. Jéssica diz que a criança possuía uma hérnia umbilical e que era tratada por pediatra, já com indicação de cirurgia, porém não se tratava de doença grave.

No atestado de óbito consta como causa da morte "pneumonia dupla" 

Outro lado

Por meio de nota oficial, o hospital informou que a paciente chegou ao local na terça-feira (16), às 1h46, “com quadro de SEPSE - doença potencialmente grave desencadeada por inflamação que se espalha pelo organismo diante de uma infecção avançada”, diz trecho.

O hospital ainda disse que três horas após chegar no hospital, ser medicada e ficar em observação, a criança foi entubada. “A criança apresentava sinais de hipertensão e queda de saturação mesmo com máscara de oxigênio”.

“Às 6h30, nova intervenção foi realizada, desta vez, o cirurgião pediátrico realizou passagem de dreno, por Pneumotórax. Após estes procedimentos, às 8h45, a paciente foi levada à UTI Pediátrica”, complementa a nota.

Já no período da tarde, às 13h20, outra passagem de dreno foi realizada. Conforme relatado, três horas depois a menina teve uma parada cardiorrespiratória, que resultou em sua morte 15h horas após chegar ao HR.

“A direção do Hospital Regional da Costa Leste Magid Thomé lamenta o falecimento da paciente e se solidariza com familiares e amigos. Mantém canal aberto para diálogo e está à disposição das autoridades e órgãos competentes para fornecimento de informações técnicas detalhadas e demais esclarecimentos”, encerra a nota. 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Lenium - Criar site de notícias