Uma briga de família iniciada no domingo (8) em uma lanchonete no distrito de Nova Porto XV se estendeu até a tarde de segunda-feira (9), com novas ameaças feitas contra as vítimas.
O caso, que resultou em uma menina de 12 anos ferida e hospitalizada, agora também inclui registros de difamação e calúnia.
O conflito começou na noite de domingo, por volta das 20h.
Conforme os registros do caso, a confusão começou quando José, 42 anos, iniciou uma discussão com sua própria esposa em uma lanchonete local.
Ele a teria agarrado pelo braço de forma violenta, o que motivou a irmã dela e seus sobrinhos a intervirem para defendê-la.
Durante a briga, José acertou sua sobrinha, uma menina de 12 anos, com uma garrafa.
O golpe causou um ferimento abaixo do olho esquerdo, que necessitou de sutura com pontos.
A situação escalou quando o filho do agressor, Kaique, 18 anos, ameaçou de morte o primo de 19 anos que defendia a mãe e a irmã, chegando a se afastar e retornar com um objeto semelhante a uma arma de fogo.
Kaique chegou a ameaçar a tia e os primos:
Vou buscar uma coisa para te matar
A perseguição não terminou no domingo.
Conforme um segundo boletim de ocorrência, na tarde de segunda-feira (9), por volta das 13h, José foi até a casa de sua cunhada e continuou a fazer ameaças contra ela e seus dois filhos.
A Polícia Militar foi acionada em ambas as ocasiões.
Na segunda-feira, as vítimas foram conduzidas à Delegacia de Polícia Civil de Bataguassu para formalizar as novas denúncias.
O suspeito, José, não foi localizado pela polícia.
A Polícia Civil investiga os fatos, agora registrados como lesão corporal dolosa, ameaça, calúnia e difamação.
Além da necessária apuração dos fatos e da responsabilização criminal, o episódio registrado em Bataguassu deixa uma marca profunda sobre a natureza da violência e suas consequências em cascata.
A agressão, que segundo os relatos teria se iniciado com um ato de violência do autor contra a própria esposa, rapidamente transbordou, atingindo de forma trágica quem estava ao redor.
Uma menina de apenas 12 anos teve o rosto ferido por uma garrafada, uma consequência física e visível de um conflito que não era seu.
Contudo, talvez o aspecto mais desolador deste episódio não seja o ferimento que precisou de pontos, mas o exemplo que se desenrolou em tempo real. Ao presenciar a atitude do pai, o filho de 18 anos não apenas interveio, mas replicou o comportamento agressivo.
Ele escalou a situação com uma ameaça de morte e a suposta posse de uma arma de fogo, demonstrando que a lição da violência pode ser rapidamente aprendida.
Este padrão sugere um ciclo que se perpetua, onde a agressão é ensinada como uma resposta possível.
O que se observa não é apenas um crime a ser investigado, mas uma tragédia familiar cujo legado mais sombrio pode ser a normalização e a repetição da violência na geração seguinte.
Essas são as feridas invisíveis que, ao contrário dos cortes, podem nunca cicatrizar por completo.
Violência Doméstica e Familiar: Onde Buscar Ajuda?
Episódios de violência, especialmente no ambiente doméstico e familiar, são complexos e exigem atenção. É fundamental que as vítimas e testemunhas saibam que não estão sozinhas e que existem canais de denúncia e apoio.
Romper o ciclo da violência é um passo corajoso e necessário. Não hesite em procurar ajuda.
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