Após o recente registro de um lobo-guará atropelado e morto próximo à Bataguassu, agora foi uma família inteira de capivaras que se tornou vítima fatal de atropelamento na BR-267, no KM 28.
O incidente ocorreu na noite de quinta para esta sexta-feira, revelando a fragilidade da vida selvagem diante do tráfego intenso.
Ao menos 12 animais morreram no atropelamento. Não há registros de acidente no local; não se sabe quem matou os animais.
A cena na BR-267 é impactante: múltiplos corpos de capivaras, incluindo filhotes, jazem às margens da rodovia, conforme registrado em imagens capturadas na manhã desta sexta-feira.
Essa visão chocante reforça a natureza coletiva do atropelamento, um risco constante para as capivaras, que se deslocam em grupos.
Este novo caso soma-se ao do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), encontrado morto por atropelamento na última terça-feira (3 de junho) na MS-395, próximo à ponte sobre o Córrego Água Branca, na ligação entre Bataguassu e Brasilândia.
Embora em rodovias distintas, ambos os incidentes se deram na mesma região, intensificando o alerta para a necessidade de medidas de proteção à fauna no município.
Capivaras e Lobos-Guará: Vidas Silvestres em Risco Constante
As capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) são os maiores roedores do mundo e abundantes em Mato Grosso do Sul, especialmente em áreas próximas a rios, córregos e represas, como os que margeiam as rodovias.
Seu hábito de viver em grupos sociais e a necessidade de se deslocar em busca de alimento ou água as tornam particularmente vulneráveis a acidentes rodoviários, resultando frequentemente em atropelamentos de famílias inteiras, como o ocorrido na BR-267.
Já o lobo-guará, reconhecido como o maior canídeo da América do Sul e um dos símbolos do Cerrado, está classificado como "Quase Ameaçado" (Near Threatened) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Embora não haja um número exato para Mato Grosso do Sul, estimativas populacionais para o Brasil variam, com algumas apontando para cerca de 17.000 a 24.000 indivíduos no país. Suas populações enfrentam desafios como a perda de habitat e, em grande parte, os acidentes em rodovias.
A espécie está amplamente distribuída em Mato Grosso do Sul, habitando principalmente áreas de Cerrado e campos úmidos.
Os lobos-guarás são conhecidos por seus hábitos noturnos e crepusculares, o que os torna mais suscetíveis a atropelamentos. Sua dieta é onívora, composta por uma variedade de frutos, pequenos mamíferos e insetos, e são animais tipicamente solitários.
Os incidentes consecutivos em Bataguassu, envolvendo desde espécies comuns como as capivaras até aquelas mais ameaçadas como o lobo-guará, sublinham a urgência de campanhas de conscientização para motoristas e a implementação de medidas preventivas, como aprimoramento da sinalização e instalação de passagens de fauna nas rodovias, visando proteger a biodiversidade local.
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