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De Bataguassu ao pódio global: a saga de Marcos Molina até a ascensão com a junção da Marfrig e BRF

Empresário transformou um frigorífico de Bataguassu em uma das maiores empresas de alimentos do mundo

19/05/2025 às 14h44 Atualizada em 21/05/2025 às 15h29
Por: Diego Oliveira Fonte: Redação Cenário MS
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Marcos Molina, fundador da Marfrig • Foto: Divulgação
Marcos Molina, fundador da Marfrig • Foto: Divulgação

Bataguassu, no Mato Grosso do Sul, pode parecer distante dos grandes centros financeiros, mas seu nome está ligado a um dos maiores negócios globais no setor de proteína animal e à trajetória de um dos mais proeminentes empresários do Brasil: Marcos Molina dos Santos. A formalização da fusão entre Marfrig e BRF, dando origem à MBRF Global Foods Company, não apenas cria uma potência com receita anual estimada em cerca de R$ 150 bilhões, mas também recoloca a cidade sul-mato-grossense como um ponto seminal na história de sucesso de Molina e peça estratégica na nova configuração da gigante de alimentos.

De açougueiro a arquiteto de um império Bilionário

A jornada de Marcos Molina, fundador da Marfrig e agora figura central na criação da MBRF, é um testemunho de visão e resiliência. Iniciando sua lida no setor de carnes aos 12 anos, trabalhando com a família em um açougue em Mogi Guaçu (SP), Molina demonstrou cedo seu tino para os negócios. Aos 16 anos, pediu emancipação ao pai com o objetivo de fundar sua primeira empresa, uma distribuidora de miúdos chamada Marfrio.

Um incêndio em 1998 destruiu seu primeiro frigorífico, um golpe que o afastaria do empreendedorismo por dois anos. Contudo, em 2000, Molina retornou com força total. Foi a aquisição do frigorífico em Bataguassu, Mato Grosso do Sul, que marcou o nascimento da Marfrig. Esta unidade não apenas simbolizou um recomeço, mas fincou as bases para uma expansão meteórica, caracterizada por uma estratégia agressiva de aquisições que transformaria a Marfrig na segunda maior produtora de carne bovina do mundo. Em 2007, a companhia abriu seu capital na bolsa brasileira, captando R$ 887 milhões.

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Bataguassu: elo estratégico e símbolo de transformação

A cidade de Bataguassu tornou-se, assim, o berço da Marfrig. A unidade inicial evoluiu para um polo de abate e desossa, vital para a economia local. A relação se aprofundou em agosto de 2022, com um investimento de R$ 130,7 milhões na inauguração de uma moderna fábrica de produtos industrializados – hambúrgueres, almôndegas e outros processados. Este movimento já sinalizava a visão de Molina de focar em produtos de maior valor agregado.

Mesmo com a venda da unidade original de abate de Bataguassu para a Minerva Foods em agosto de 2023, como parte de uma estratégia maior de desinvestimento em ativos de abate para focar em processados, a nova fábrica de industrializados permaneceu sob o controle da Marfrig. Esta planta é hoje um símbolo da transformação e adaptação da empresa à sua nova estratégia.

A consolidação de um gigante: nasce a MBRF Global Foods Company

A criação da MBRF Global Foods Company é o ápice da visão de Molina. Após a Marfrig adquirir mais de 20% da BRF em 2021 e gradualmente aumentar sua participação até assumir o controle da dona das icônicas marcas Sadia e Perdigão, a fusão surge como um "desfecho natural de um ciclo iniciado há três anos", nas palavras do próprio empresário. "Fizemos a virada da BRF. A empresa voltou a gerar valor para seus acionistas e a distribuir dividendos, performando acima de seus patamares históricos e batendo recordes operacionais e financeiros a cada trimestre", afirmou Molina.

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A MBRF já nasce como a sétima maior empresa do Brasil, com presença em 117 países e um faturamento anual que alcança R$ 152 bilhões. "Estamos criando uma empresa de alimentos com marcas icônicas e reconhecidas, que tem como base uma plataforma multiproteína 100% integrada", destacou Molina. A nova gigante buscará sinergias operacionais, logísticas e fiscais significativas, fortalecendo sua presença global, com planos que incluem uma possível listagem na bolsa de Nova York.

A formalização da fusão ainda aguarda o crivo final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), que poderá impor condições para evitar concentração de mercado. No entanto, a complementaridade das operações – Marfrig forte em carne bovina e BRF em aves, suínos e processados – é vista como um facilitador.

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