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Bataguassu, MS
Em um marco para a economia de Mato Grosso do Sul, a Bracell confirmou oficialmente nesta terça-feira (6) a instalação de uma nova megafábrica de celulose no município de Bataguassu. O anúncio veio após reunião entre o presidente da companhia, Praveen Singhavi, e o governador Eduardo Riedel, que assinou o termo de concessão de incentivos fiscais, garantindo a segurança jurídica para o empreendimento de R$ 16 bilhões. Esta será a primeira planta de celulose solúvel do Estado e uma das maiores do Brasil.
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A nova unidade industrial consolida a região leste de Mato Grosso do Sul como o "Vale da Celulose", reflexo de uma política estadual focada na expansão econômica e diversificação das cadeias produtivas. O projeto da Bracell prevê duas configurações operacionais: a produção de até 2,8 milhões de toneladas anuais de celulose kraft (para papel e embalagens) ou uma produção mista, combinando celulose kraft e celulose solúvel.
A celulose solúvel, principal novidade para a indústria sul-mato-grossense, é matéria-prima para fibras têxteis como viscose, modal e lyocell, abrindo portas para mercados de maior valor agregado e exportações mais sofisticadas. "Esse tipo de celulose abre portas para cadeias produtivas mais sofisticadas (...) É um passo fundamental para a diversificação da nossa base industrial", comentou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
O governador Eduardo Riedel destacou o potencial de desenvolvimento do Estado e o compromisso do governo em criar um ambiente competitivo. "O Governo está comprometido com o crescimento de Mato Grosso do Sul e em trabalhar para garantir um ambiente de desenvolvimento e competitividade que garanta sucesso ao projeto e oportunidade a todo o Estado", afirmou Riedel.
Praveen Singhavi, presidente da Bracell, agradeceu o apoio governamental: "Gostaria de agradecer ao Governador e sua equipe pela concessão de benefícios fiscais para o projeto da Bracell no estado do Mato Grosso do Sul. Este é um marco muito importante para nós".
Para a prefeita Wanderleia Caravina, a chegada da Bracell representa um divisor de águas. "Estamos diante de uma transformação sem precedentes. Esse investimento projeta nosso município para o futuro, gerando emprego, renda, novas oportunidades, sendo importante garantir a qualidade de vida da nossa população", destacou a prefeita. Ela enfatizou que o projeto é "o resultado de uma construção coletiva, com apoio decisivo do Governo do Estado e da confiança da iniciativa privada em nossa terra e nossa gente."
O deputado estadual Pedro Caravina, presente na reunião ao lado da prefeita, compartilhou do entusiasmo, classificando o anúncio como "uma grande conquista não só para Bataguassu, mas para toda a região e para o Mato Grosso do Sul." Ele previu que a chegada da Bracell, com uma produção programada de quase 3 milhões de toneladas, "vai, com certeza, mudar a socioeconomia de Bataguassu e toda a região." O deputado também ressaltou a importância de conciliar progresso com bem-estar: "Essa vinda da Bracell vai transformar com a geração de emprego, de renda e também nós temos que cuidar da qualidade de vida da nossa população (...) Vem o crescimento, vem o desenvolvimento, mas vem também a manutenção da boa qualidade de vida que nós temos em Bataguassu."
Impacto Socioeconômico e Ambiental
A futura planta será construída a aproximadamente 9 km da zona urbana de Bataguassu, às margens da rodovia BR-267 e a 3,9 km do Rio Paraná, em uma área total de 1.318 hectares, majoritariamente composta por pastagens degradadas. A empresa já submeteu o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), com expectativa de obtenção da licença prévia até dezembro.
Um aspecto crucial é a gestão hídrica: a captação de água será feita diretamente do Rio Paraná, sem necessidade de barragens, e a Bracell garante que 90% do volume captado será devolvido ao rio após tratamento adequado. A fábrica demandará cerca de 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto por ano.
O impacto na geração de empregos será significativo. Estima-se a criação de 12 mil postos de trabalho durante o pico da construção e cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos após o início das operações. Para acomodar os trabalhadores, a Bracell planeja instalar dois grandes alojamentos com capacidade para 5 mil pessoas cada.
Mato Grosso do Sul já é o segundo maior produtor de madeira em tora para papel e celulose e responde por 24% da produção nacional de celulose. Segundo o secretário Jaime Verruck, o setor florestal, que conta com 30 indústrias e mais de 7 mil trabalhadores no estado, já atraiu R$ 125 bilhões em investimentos desde 2015, sendo R$ 65 bilhões na gestão atual. Atualmente, o setor representa 17,8% do PIB industrial do estado e gera mais de 26 mil empregos diretos e indiretos.
