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Aluguel de casa popular se aproxima do salário mínimo em Bataguassu

Expectativa de chegada de novas empresas eleva o preços dos imóveis

09/01/2025 às 10h21 Atualizada em 10/01/2025 às 17h36
Por: Fernanda Affonso Fonte: Redação Cenário MS
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O aluguel disparou na cidade, está próximo ao valor de um salário mínimo. - Foto: Reprodução.
O aluguel disparou na cidade, está próximo ao valor de um salário mínimo. - Foto: Reprodução.

Bataguassu, uma cidade com cerca de 24 mil habitantes em 2025 (segundo estimativa do IBGE), enfrenta uma realidade preocupante no mercado imobiliário. O aluguel disparou na cidade, está próximo ao valor de um salário mínimo e gerando dificuldades financeiras para a população. A justificativa para o aumento dos aluguéis se dá pela especulação imobiliária, alimentada por expectativas de chegada de novas indústrias na região, que ainda não se concretizaram.

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Uma pesquisa realizada pelo Jornal Cenário MS constatou a gravidade da situação. A média de aluguel em Bataguassu para uma casa popular com dois quartos, cozinha estilo americana, sala, banheiro, lavanderia e garagem está em torno de R$ 1.200. Um valor que, na prática, consome uma parcela significativa da renda das famílias, enquanto os salários permanecem praticamente estagnados.

A situação atual contrasta drasticamente com o cenário de apenas três anos atrás. Em 2022, quando o salário mínimo era de R$ 1.212, o aluguel de uma casa com as mesmas características custava em média R$ 700. O aumento é evidente e desproporcional, considerando que o ideal seria que o valor do aluguel não ultrapassasse 30% da renda familiar, segundo os especialistas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A disparidade nos preços de aluguel fica ainda mais evidente quando comparamos Bataguassu com cidades vizinhas. Em Presidente Epitácio, localizada do outro lado da ponte, a realidade é bem diferente. Lá, uma casa comum com dois quartos, sala, cozinha, banheiro, garagem e lavanderia tem um aluguel médio de R$ 750, valor consideravelmente inferior ao praticado em Bataguassu para imóveis semelhantes.

Em Bataguassu, a média salarial, segundo dados de 2022, era de 1,9 salários mínimos, equivalente a R$ 2.302. Corrigindo para a inflação atual e considerando o mesmo percentual, a média salarial estimada para os dias atual seria de R$ 2.884. Nesse contexto, o valor ideal de aluguel seria de aproximadamente R$ 865, bem abaixo da média praticada atualmente.

Essa diferença se torna ainda mais significativa quando consideramos que a média salarial em Presidente Epitácio é de dois salários mínimos, superior à de Bataguassu. Na prática, isso significa que quem trabalha e mora em Presidente Epitácio é melhor remunerado e precisa investir menos em moradia.

Segundo uma corretora de imóveis da cidade, a procura por casas para alugar cresceu expressivamente nos últimos dois a três anos, a situação é agravada pelas empresas da região que buscam alojar seus funcionários.

"Hoje em dia as empresas estão procurando casas para os funcionários e acabam alojando 10 trabalhadores em uma casa de dois cômodos devido a não acharem residência para locar", relatou a corretora.

A corretora ainda informou que diante do cenário de alta nos preços dos aluguéis, muitos moradores de Bataguassu estão optando por buscar alternativas para sair dessa situação, mesmo com as altas taxas de juros, o financiamento imobiliário tem se tornado uma opção mais viável. Segundo a corretora de imóveis, a procura por financiamentos de residências cresceu consideravelmente nos últimos tempos.

"Com os valores de locação nas alturas e a dificuldade de encontrar imóveis disponíveis, as pessoas estão percebendo que, em muitos casos, a parcela de um financiamento fica próxima ou até mais em conta do que o aluguel", explicou.

Esse movimento indica uma mudança de comportamento no mercado imobiliário local, onde a casa própria, antes um sonho distante para alguns, passa a ser vista como uma solução para fugir dos aluguéis exorbitantes e conquistar mais estabilidade.

Em Santa Rita do Pardo, onde a especulação imobiliária, impulsionada pela chegada de empresas de plantio de eucalipto, também elevou os preços dos aluguéis. O problema, no entanto, foi amenizado por meio de ações sociais da prefeitura, que investiu em programas habitacionais.

Com mais 36 casas entregues, Santa Rita do Pardo se torna referência em programas habitacionais

Esses programas beneficiaram moradores que estavam sendo prejudicados pelo aumento da demanda por moradia, causada pela chegada de trabalhadores temporários. Em muitos casos, os proprietários chegavam a pedir a desocupação dos imóveis para alugá-los a esses novos trabalhadores por valores mais altos.

Segundo relatos de moradores, esse mesmo cenário de pressão no mercado imobiliário começa a se desenhar em Bataguassu.

Em Bataguassu, a promessa de doação de mil casas populares, feita pelo ex-prefeito Akira Otsubo durante sua campanha eleitoral, não se concretizou. Akira encerrou seu mandato em 2024 sem entregar nenhuma unidade, transferindo a responsabilidade de solucionar o déficit habitacional para a atual prefeita, Wanderleia Caravina.

 Em entrevista ao Jornal Cenário MS, o deputado estadual Pedro Arlei Caravina, ao ser questionado sobre a escassez de moradias no município, destacou o papel fundamental da prefeitura na busca por soluções.

"O município tem o papel principal de buscar projetos habitacionais para suprir a demanda de moradias, o que, consequentemente, vai influenciar no preço dos aluguéis. Porque, havendo mais imóveis disponíveis, o valor do aluguel efetivamente diminui", afirmou o deputado.

O deputado ressaltando a importância de parcerias com os governos Estadual e Federal para viabilizar esses projetos.

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